Entendendo o Autismo

O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que começam a apresentar seus primeiros sinais na infância e se caracteriza por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados, déficits na comunicação e desinteresse social. Existem muitos subtipos de TEA, e os diagnosticados requerem acompanhamento multidisciplinar, mesmo em pessoas que nunca foram diagnosticadas e viviam uma vida normal.

Dados Epidemiológicos

Com base na Organização Mundial de Saúde (OMS) coletados em 2018 e divulgado em 2021, estima-se que existam cerca de 2 milhões de pessoas com autismo no Brasil. O Brasil tem 200 milhões de habitantes, o que significa que 10% da população terá um transtorno do espectro autista.

Após a sanção Lei 13.861/19, incluir as especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista nos censos demográficos no censo de 2020. Esses dados deveriam ter sido mapeados em 2020, mas foram adiados para 2022 por conta da pandemia da COVID-19.

De acordo com CDC (Centro de controle e prevenção de doenças) Norte América, 1 a cada 44 crianças são diagnosticadas com autismo.

Sinais e Diagnóstico

Os sinais começam entre 1 e 5 anos, variando de pessoa para pessoas. Os sinais mais comuns é a realização de movimentos repetitivos, não manter contato visual, desinteresse social, perda de habilidade linguística e atraso no desenvolvimento, dentre outros.  

O diagnóstico é baseado em observações clínicas de médicos neuropediatra ou psiquiatra especializado na área, realizando entrevistas com familiares ou pessoas próximas e aplicação de testes na avaliação neuropsicológica.

Podemos dividir o autismo em três níveis diferentes.

Níveis do Autismo

  • O autismo nível 1 é considerado o mais leve. As crianças neste nível não querem se comunicar com outras pessoas, com dificuldade em interagir com outras pessoas. Mostra dificuldade em planejar e organizar as coisas e resiste a mudanças de atividades.
  • No autismo nível 2, tem dificuldade em mudar de foco, tem prejuízos um pouco mais severos nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal, são mais inflexíveis e podem se comportar repetitivamente.
  • No nível 3, neste nível, pioram comportamentos como dificuldade em lidar com mudanças e atividades repetitivas, a comunicação verbal e não verbal torna-se mais difícil.

Tratamento

O tratamento mais utilizado e recomendado pela OMS é o método ABA (Applied Behavior Analysis) em português quer dizer análise do comportamento aplicada. É o único método cientificamente comprovado e com resultados eficazes na contribuição da evolução do comportamento social, permitindo o aperfeiçoamento das habilidades, observando suas limitações, contribuindo com seu desenvolvimento e dependência. A escolha terapêutica é realizada individualmente considerando o contexto da rotina do paciente com os familiares e cuidadores.  

Além do método ABA existe as opções medicamentosas, fonoaudiologia, terapia comportamental, terapia ocupacional.

Curiosidade

  • Em 2007, as Nações Unidas designaram o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo para chamar a atenção da sociedade para a importância do autismo, e os cartões postais do mundo foram iluminados em azul.  
  • O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem a prevalência maior no sexo masculino do que no feminino.  
  • No Brasil, existe duas leis que estão em vigor, a “Lei Berenice Piana” e “Lei Romeo Mion”.

A “Lei Berenice Piana” visa proteger os direitos das pessoas com Transtornos do Espectro Autista – Lei 12.764 de 2012, regida pelo Decreto 8.368 de 2014 – — Garantir os direitos das pessoas com autismo e equipará-los às pessoas com deficiência.

A “Lei Romeo Mion” 13.977, foi sancionada em 8 de janeiro de 2020, cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), a carteira facilita ainda mais o acesso de quem tem autismo.